sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Alfa Romeo MiTo - De volta ao recomeço

Alfa Romeo se prepara para retornar ao Brasil com o hatch compacto MiTo




Dos primórdios da indústria automotiva brasileira até os tempos atuais, dezenas de fabricantes chegaram ao país e partiram. O desenvolvimento do mercado nos últimos 15 anos fez as opções aumentarem. No entanto, mesmo com o crescimento da oferta, algumas ausências ainda não foram supridas. Das empresas automotivas que saíram do Brasil, a Alfa Romeo certamente é das que têm mais história – modelos da marca foram feitos no país entre 1960 e 1986. Há, porém, indícios muito fortes da volta da Alfa em 2013 – por mais que a Fiat, detentora da marca, não confirme. Em 2006, o “cuore sportivo” deixou de ser comercializado no mercado nacional. Agora, em 2012, as especulações se intensificaram e, no início deste ano, começaram a ficar mais críveis quando unidades do hatch compacto MiTo e do médio Giulietta foram flagradas enquanto eram testadas em solo nacional.

O hatch compacto tem arquitetura compartilhada com outros modelos da Fiat. Mas a relação para por aí. O grupo italiano sabe que os clientes da Alfa Romeo não são os mesmos que compram os modelos da marca “chefe”. Por isso, tanto o MiTo quanto o Giullieta dividirão espaço com modelos mais luxuosos, nas concessionárias da Chrysler, que também comercializam carros da Jeep e da Dodge.


A plataforma usada é a mesma do Punto, além do motor 1.4 T-Jet. No entanto, o propulsor foi aprimorado e recebe injeção direta e cabeçote com comandos variáveis MultiAir. No hatch europeu, entrega 170 cv de potência e, dependendo da configuração, até 25,5 kgfm de torque. O modelo vai de zero a 100 km/h em 7,5 segundos, a caminho da velocidade máxima de quase 220 km/h. O carro conta ainda com o sistema DNA – dinâmico, que melhora o desempenho, normal, e “all weather”, ou “qualquer condição climática”, que deixa o comportamento mais conservador. No Brasil, o sistema foi apresentado na versão mais apimentada do Punto. Mas, por aqui, o “A” é de “autonomia”, modo que busca economizar combustível.

O MiTo talvez seja o modelo de maior potencial para o mercado brasileiro. Isso porque vai entrar em um segmento para o qual as principais marcas começaram a olhar recentemente e onde já brigam o Citroën DS3, o Mini Cooper e o Audi A1. O modelo, de duas portas, foi o primeiro da marca no segmento. O desenho é inspirado no superesportivo 8C Competizione, um dos modelos mais marcantes da história recente da fabricante, e foi criado no Centro de Estilo, em Milão. O nome é uma alusão à cidade onde foi desenhado e Turim – Torino, em italiano –, onde é produzido. Com a provável chegada ao Brasil, o hatch terá a missão recuperar o prestígio da marca.

A história da Alfa Romeo no Brasil não é tão intensa do ponto de vista comercial. No início da década de 1960, a Fábrica Nacional de Motores começou a entrar no segmento de automóveis e lançou modelos Alfa Romeo com origem em projetos já considerados velhos na Europa. A produção era feita na Itália e a montagem acontecia na unidade industrial localizada em Xerém, no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O sedã foi batizado de FNM JK 2000. Posteriormente, foi substituído pelo 2150. No final dos anos de 1970, chegou o terceiro modelo da marca, o TI 2300. Em 1978, o governo da Itália – que controlava a empresa desde 1933 – privatizou o “cuore sportivo”, entregando a responsabilidade para a Fiat, que transferiu a produção do Rio de Janeiro para Minas Gerais, no município de Betim. No começo da década de 1980 já não eram mais produzidos modelos da fabricante em solo nacional. A partir dos anos 90, os carros passaram a chegar ao mercado brasileiro apenas por importação, até que em 2006 a marca deixou oficialmente de operar no país.



Passadas as apresentações, chegou o momento da verdade. Hora de entrar no MiTo e explorar o histórico circuito de Monza. A primeira impressão é das melhores e começa pela bela maçaneta cromada. Dentro do habitáculo, o volante de três raios, revestido por couro macio – assim como as alavancas do câmbio e do freio de estacionamento – agregam beleza e sofisticação ao hatch. O painel de instrumentos é de fácil leitura. O console central ostenta bonito acabamento em alumínio, com muitos botões, porém, acessíveis e intuitivos. Os plásticos utilizados têm boa aparência e toque suave.

A posição de dirigir é confortável e, ao mesmo tempo, esportiva. No entanto, ao olhar para trás, nota-se o reduzido espaço para passageiros, mas ainda assim, condizente com o tamanho do carro. Ao ligar o 1.4 turbo de 135 cv, a resposta é um ruído profundo e agressivo, não invasivo, porém, bem perceptível. A alavanca de câmbio é curta e os encaixes são justos, o que dá uma sensação de esportividade durante a condução. A progressão do turbo é viva e constante graças também à relação entre a potência e o peso do MiTo. O chassi, derivado do Punto, trabalha harmoniosamente com a suspensão dando estabilidade considerável em qualquer situação.

As diferenças de mapeamento oferecidas pelo sistema DNA são bastante perceptíveis. Mudando do “normal” para o “dinâmico”, o controle de estabilidade entra em ação com mais vigor e a aderência aumenta. O MiTo enfrenta curvas das mais agressivas sem hesitar. Nas retas, o bom torque abre caminho para que o hatch rapidamente mostre até onde é capaz de chegar. E apresenta os novos argumentos da Alfa Romeo, com fôlego para atrair novamente as atenções para o forte apelo emocional da marca italiana.


FICHA TÉCNICAAlfa Romeo Mito 1.4 Turbo MultiAir
MotorGasolina, dianteiro, transversal, 1.368 cm³, quatro cilindros em linha, turbo, intercooler, quatro válvulas por cilindro. Comando variável de válvulas no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio manual de seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração.
Potência máxima135 cv a 5.500 rpm
Torque máximo25,5 kgfm a 4.000 rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 7,5 segundos.
Velocidade máxima219 km/h.
Diâmetro e curso72,0 mm x 84,0 mm. Taxa de compressão: 9,8:1
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com braços oscilantes fixados em subchassis, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos pressurizados e barra estabilizadora. Traseira com barra de torção, barra estabilizadora integrada e amortecedores hidráulicos pressurizados. Oferece controle de estabilidade.
Pneus: 215/45 R16.
FreiosDiscos ventilados nas quatro rodas. Oferece ABS com EDB.
CarroceriaHatch em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,06 metros de comprimento, 1,72 m de largura, 1,44 m de altura e 2,51 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina.
Peso1.145 kg.
Capacidade do porta-malas280 litros.
Tanque de combustível: 45 litros.
Produção: Turim, Itália.
Lançamento na Europa: 2008. 
Reestilização2012.
Itens de série: Ar-condicionado digital, bancos dianteiros com regulagem de altura, bancos revestidos em couro, sistema start/stop, rádio/CD/MP3/USB/Bluetooth, computador de bordo, direção hidráulica, sensor de luminosidade, faróis de neblina, ABS com EBD, controle de estabilidade, sete airbags, cruise control, trio elétrico, rodas de liga leve de 17 polegadas, sistema DNA, sensor de estacionamento, e volante multifuncional com revestimento em couro.
Preço21.870 euros, o equivalente a R$ 59 mil



Fonte: Motor Dream

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